quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Resenha perfume My insolence Guerlain






A resenha de hoje é do perfume My insolence de Guerlain.
 É o que chamaria de Flanker "rosado" do perfume  insolence. Para os que acham sua violeta com bagas e tonka algo demasiado, tonitruante como eu, é um belo e acolhedor refúgio. Sem dúvida menos dramático, mais equilibrado.  Prefiro My insolence,por certo.
My insolence é doce e macio e embora a violeta não esteja listada  nas notas há uma sensação violácea e polvorosa ainda.O aspecto vinílico-boneca vitoriana aqui é reforçado. Daí a sensação de perfume princesa, perfume boneca. É certamente um perfume adorável para as adolescentes.
Há algumas menções logo que o sentimos  a perfumes como Shalimar parfum initial, l'heure bleu, Après l'ondée, La Petite Robe noire. Sem dúvida o dna da marca, a "guerlain-ish" sobrevive. Um "je ne se quois" do acorde guerlinade sempre presente.
Aqui temos o amável cheiro de framboesas a ponto de bala sendo suavizados por uma flor de amendoeira redonda. O resultado é uma bala delicada, um pó açucarado. A abertura pode parecer agressiva, xaroposa e medicinal com a tonka e o patchouli aparecendo.Embora tais notas de fundo agridam um pouco inicialmente ,no fim estão uma base sólida e rente. O resultado final é abaunilhado e empoado. Doce e amendoado.
Mas seu corpo é realmente dado às framboesas. O amor às frutas vermelhas da casa Guerlain ja se faz clássico.
A duração é excelente. Dos que ficam o dia inteiro. Projeta razoavelmente na primeira hora em minha pele.
My insolence é Gourmandice terna. Das melhores. Notas ricamente texturizadas. Seduz sem perder a ternura. Dos que um dia gostaria de repetir(o meu acabou).

Foto: fonte fragrantica.com.br

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Coleção Barista- Daniel Barros: Rosa Libre



Chega minha hora de “bebemorar”a empolgante Coleção Barista lançada  por  Daniel Barros @fragcoach. Das doze fragrâncias inspiradas em bebidas inicio minhas impressões com Rosa Libre.
A ideia da mescla entre a rosa com a efervescência inebriante e cítrica do drink Cuba Libre me agradou desde o princípio, quando pude  também ser avaliadora da criação dos perfumes. Sabia que das mãos talentosas e criativas de Daniel sairiam coisas realmente bacanas.
A impressão desde o início foi: Ah!fofura delicada e borbulhante!Aquela sensação de soda spicy, em verdade a nota de coca cola. Uma fagueira nota de coca cola, substanciosa como poucas. Não aquela sensação  de drink esmaecida  em Youth Dew, que é escurecida pelas  propriedades animalesca do perfume.  Está mais para a impressão que tive da versão mais bonita de Opium que senti, que é o  Opium Fraicheur D’orient.  Um Opium  fresco  e vaporoso, com um cheiro de coca quente.E em Rosa Libre essa sensação é coroada por um monte de rosas doces, dulcíssimas. Rosas meladas. Juvenis aqui.  Frescas e com acompanhamento cítrico leve. Há também um quê de gengibre ralado, muito gentil.Ar de moças. Esse perfume se tornou bastante cativante para mim. Uma experiência sensorial maravilhosa. Sua mistura de rosas e coca tão doce e  singela me remeteu a  história das “Coca colas” em Fortaleza. Elas eram as moças que na década de 40 procuravam  os rapazes  militares americanos  que vieram fazer patrulhamento nas Costas e formar bases aéreas na época da Guerra e que foram apelidadas de “coca colas” por estarem sempre bebendo  uma garrafinha de coca em  êxtase  ao lado dos belos  rapazolas americanos . As imagens e histórias da época sempre mostram cenas de  moças dançando e paquerando ao som vibrante de  Swing ou mambo direto de Havana, com seus cabelos ondeados  a La Veronica Lake, unhas half-moon e meias de nylon riscadas. E de repente vem-me a mente Rosa Libre com esse cheiro de rosas doces alcoólicas com coca cola. Imagino essas moças cheirando mais ou menos assim, com ar  de rum e cola efervescentes,  doçura melada de rosas e cítricos,  fundo resinoso e quente por longas horas dançantes  nesse esquecido pedaço da história. E como dura esse perfume, e como dura...




 Rosa Libre é ao mesmo tempo gustativo e fresco, vibrante e sexy. As notas de coca cola e rosa não se fragmentam, pelo contrário. Formam esse ar de sonho coquete. É retro e atual ao mesmo tempo. A base é sólida, quente e envolve a pele como uma meia de seda.  Há um toque de musgo  invulgar para dar profundidade e estilo.  Faz a linha dos chipres  florais revisitados, pautado no patchuli levemente terroso que se envolve com o mel das rosas e o lado spicy da cola.
A duração é longa. A projeção é expansiva. O resultado convidativo e curioso. De uso versátil, em paz com o clássico e o moderno. Para a chegada e a despedida.
Um cheiro belíssimo, sem dúvida.E com uma altiva qualidade superior. Está no meu coração.


Saiba mais sobre a coleção barista aqui no site ego in vitro

https://tokdehistoria.files.wordpress.com/2013/09/americans-in-natal-19.jpg?w=474
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